O curta-metragem “Anáfora” nasce a partir do atual cenário político e social brasileiro, com ênfase na população pobre que viu suas vísceras escancaradas pela pandemia, atrelada ao desemprego e à inflação. Anáfora, porque insiste na expressão “a vida”, que se repete inúmeras vezes pra designar o homem branco, rico e heterossexual que a personifica dizendo o quão barata é a carne de milhões de brasileiros. Há um contraste entre o que é dito e o que é mostrado: mesmo enaltecendo “a vida” e todas as suas bem-aventuranças através das palavras, as imagens a condenam, ao sugerir a morada, os espaços e os lugares daqueles que não têm mais do que o subsolo, as profundezas, o ralo. As cores escolhidas são o preto e o branco, que tentam tamponar a sujeira e a precariedade da vida da população pobre: a romantização da pobreza, dos pratos sujos, do bar fétido, das doenças e do indigno sofrimento só massageia as mãos e os bolsos dos homens de terno.
Direção: Mateus Sizílio
Co-produção: Nayara Oliveira
Produção executiva: Édila Thais
Direção de Produção: Édila Thais
Roteiro: Nayara Oliveira
Montagem: Nayara Oliveira
Fotografia: Nayara Oliveira
Direção de Arte: Nayara Oliveira
Trilha Sonora: Nayara Oliveira
Edição de Som: Nayara Oliveira
Cenografia: Nayara Oliveira
Figurino: Nayara Oliveira
Elenco: Cêsa Oliveira, João Oliveira
Voz: Nayara Oliveira
Câmera: Nayara Oliveira